terça-feira, 25 de agosto de 2009

RIO, LÁ VOU EU!!

Apresentando: Visconde de Mauá

Como disse no post anterior, saindo do “Patas na Trilha 11”, eu e a minha dona, pegamos a estrada direto para Visconde de Mauá (RJ). A viagem foi bastante cansativa, principalmente depois de um dia de aventuras em Santa Isabel. Mas tudo bem, já estamos acostumadas...

A região de Visconde de Mauá está numa Área de Proteção Ambiental (APA), no alto da Serra da Mantiqueira, na divisa com o Parque Nacional de Itatiaia ao norte de SP e ao sul de MG e RJ. Pela rodovia Nova Dutra (BR 116), seu principal acesso, localiza-se estrategicamente mais ou menos à mesma distância tanto de são Paulo quanto do Rio de Janeiro. Nossa viagem durou cerca de 3 horas (lembrando que saímos de Santa Isabel e não de São Paulo).


Nós, ganhando o mundo!!


O sol já se despedia e esse era o nosso temor: subir a serra durante a noite. Sim, porque a região encontra-se a uma altitude que varia de 1400 a 2787m. Para quem não conhece, a estrada é realmente um pouquinho assustadora, pois é muito sinuosa e a pista é estreita. O solo é de cascalho, mas está em bom estado. O problema mesmo são as muitas curvas fechadas. Mas nós fomos cuidadosamente... a minha dona conduzia e eu a apoiava, sempre alerta, claro. Dá para ir devagar, com atenção e ainda desfrutar da belíssima paisagem. Lembrando sempre que, para transportar adequadamente o seu pet, ele deve estar contido numa caixa de transporte ou preso ao cinto de segurança.


As paisagens na subida da serra
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E eu, de olho em tudo!!
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A região de Visconde de Mauá é compreendida por 3 vilas principais: Visconde de Mauá, Maringá e Maromba, por ordem de chegada. Como o rio que corta as 3 vilas é fronteira natural dos estados de MG e RJ, as vilas tem seu lado mineiro e carioca .

Após subir a serra (10 km de asfalto e 20 km de estrada de terra) chega-se na vila de Visconde de Mauá, que oferece uma boa infra estrutura com central de informações, restaurantes, lojas, posto médico, delegacia, posto de gasolina, mercado, igreja, campo de futebol e rua principal pavimentada. Seguindo por mais 8 km, chega-se a Vila de Maringá, considerada o principal centro comercial da região, onde se encontra os melhores restaurantes, além de lojas de artesanato, bares, farmácia, padaria e mercadinhos. Como é dividida pelo Rio Negro, fronteira dos estados, a vila divide-se em Maringá mineira e Maringá carioca. Cerca de 3 Km depois, encontra-se a Vila de Maromba, mais simples no quesito urbanização, porém mais rica em recursos naturais pois é a primeira vila a receber as águas que descem do Parque Nacional de Itatiaia proporcionando águas límpidas e cristalinas nas suas atrações.
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As curvas da estrada: estreita e sinuosa
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Conseguimos chegar ao nosso hotel, por volta das 8 horas da noite. Muito cansadas, só pensávamos em comer, tomar um banho e nos jogar na cama....e foi o que fizemos.
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Pronta para o novo dia!!
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Na manhã seguinte, acordamos bem mais revigoradas. Doidas para explorar a natureza daquele lugar.....o verde e as dezenas de cachoeiras que nos aguardavam. O dia ia ser looongo, mas prometia.
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Subindo o Vale do Pavão: embasbacada com o visual
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A região de Visconde de Mauá é abundante em rios, córregos, cascatas, cachoeiras e piscinas naturais de águas cristalinas. O cenário perfeito para quem busca se integrar com a natureza, como é o nosso caso. São inúmeras as trilhas para caminhadas, desde curta duração até o dia inteiro, a maioria termina com belas recompensas.

Iniciamos a nossa exploração local em direção ao Poço do Marimbondo. Fizemos o percurso em caminhão 4x4 e chegando lá, enlouqueci imediatamente ao detectar o barulhinho inconfundível das corredeiras....pensei: “Êpa, é águaaaaa!!”. A trilha até o poço é relativamente íngreme, mas, devagar e com paradas para descanso, dá para encarar numa boa....Isso para os humanos, claro, porque os peludos tiram de letra! Era dia de semana, portanto o poço estava entregue “praticamente” a nós. Digo “praticamente” porque quando chegamos ao poço, encontramos um casal lá que devia estar pensando o mesmo que nós: que o poço seria só deles. Mas ficaram no “praticamente”, já que chegamos e estragamos a privacidade dos “pombinhos”....ahahahah. Mas foi só um pouquinho e eles até que curtiram me ver nadando no poço. Tiraram até fotos!!!
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Trilha ate o Poço
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Poço do Marimbondo: "praticamente" nosso
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Água cristalina e gelada: quem disse que eu resisto??

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O Poço do Marimbondo, localizado no alto do Vale do Pavão, fica escondido bem no meio da mata. Ali, forma-se uma piscina natural com alguma profundidade e cor da água esverdeada (característica que, durante muito tempo, lhe deu o nome de Poço das Esmeraldas).

O lugar é maravilhoso e a água cristalina. Deu para eu dar uns bons mergulhos na água (gelaaaaada!!) e tirarmos algumas fotos. A minha vontade era ficar ali mesmo, o dia inteiro. Mas ainda tínhamos muuuitas cachoeiras para conhecer. Então, montamos novamente no nosso 4x4 e seguimos rumo às Cachoeiras do Alcantilado.

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No nosso 4X4: cheirinho do mato e barulho das águas
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Cachoeiras do Alcantilado
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São, nada mais nada menos, do que 9 quedas d'água das mais variadas formas que se localizam dentro de uma fazenda no Vale do Alcantilado, do lado mineiro. O local oferece bar, restaurante, estacionamento e cobra uma pequena taxa de visitação. São 1500 metros pela mata com pássaros, borboletas e diversos pontos de atrações entre mirantes, cachoeiras, poços e piscinas naturais.
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A nona cachoeira: é para lá que nós vamos
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Essa é só a primeira

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Bom, chegando lá, fizemos uma parada para o lanche e depois pegamos a trilha. A subida não é muito extensa, mas alguns pedaços são bastante íngremes. O que recompensa é que, a cada parada você encontra um presente da natureza. Ou seja, a cada parada você encontra uma cachoeira. Imaginem vocês qual não foi a minha dificuldade em me conter ouvindo o barulho das águas e sentindo o cheiro do mato...e tendo que prosseguir. Porque se a minha dona fosse parar em cada cachoeira e fazer a minha vontade, acho que seriam preciso uns três dias somente para as Cachoeiras do Alcantilado. Mas ela não é tão má assim, em algumas, ela me deixou entrar e eu pude aproveitar um pouquinho.
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Nem tô acreditando!!! Tudo meu!!
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E aí dona, você vem??

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Na maioria das cachoeiras formam-se poços bem apropriados para nadar – tanto para humanos quanto para peludos. Mas não são todas elas apropriadas. A cachoeira número 4, por exemplo, me pegou de jeito! Eu literalmente “surfei nas pedras”. Agora, relembrando a cena, até fica engraçado. Mas na hora, não foi nem um pouquinho. Tomamos um baita susto. Mas graças a Deus, não passou disso.

Não há muito espaço em volta dela e o terreno é bastante escorregadio....pedra molhada, já viu, né? Eu senti na própria pele, ou melhor, no próprio pêlo. Pisei no lugar errado, escorreguei pelas pedras e segui cachoeira abaixo. Por sorte, não era uma cachoeira grande....estava mais para cascata. Eu consegui me agarrar à margem e sair sozinha da água. Tudo bem, apenas alguns arranhões e uns diaszinhos mancando. Mas foi um sustão!! Então, se você planeja visitar as Cachoeiras do Alcantilado com o seu peludo, fica aqui o meu conselho por experiência própria: na cachoeira número 4, coloque o seu peludo na guia ou passe direto para a cachoeira número 5. A dica vale para todas as cachoeiras, caso o seu peludo seja daqueles que disparam na frente e você mal consegue ver por onde ele vai.....
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Parada no mirante para descansar e...admirar
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Olha a cachoeira lá atrás
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No meio do caminho há um mirante. Vale a pena uma paradinha para contemplação da paisagem....é de tirar fôlego!! Por isso mesmo, aproveite a parada para um descanso e recarregar as energias.
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Um poço só pra mim!!!
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Com cuidado, dá para curtir numa boa

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A cachoeira número 7 também merece uma certa atenção. E a cachoeira número 9, a última, nem pensar em visitar com o seu peludo solto!!! Muitas pedras e terreno escorregadio. Não há espaço para banho, é apenas para contemplação. Vale a pena, o visual é fantástico!!! Mas, segure bem o seu peludo.
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Aqui, só na guia!!!
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Chegamos lá no pico e a paisagem é a recompensa
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A nona e última cachoeira e a descida na trilha
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Eu aconselho as cachoeiras número 1, 2 e 3 para serem aproveitadas com um pouquinho mais de tempo, nadar, brincar, relaxar a vontade. A cachoeira numero 1, geralmente é mais movimentada....não só porque é a primeira, como também porque o poço que se forma é maior e tem mais espaço para as pessoas nadarem.....desta forma, talvez haja quem se incomode com os freqüentadores de 4 patas. Mas as cachoeiras 2 e 3 estão logo ali a frente, são lindas e permanecem mais reservadas. Não pense duas vezes, foi o que fizemos.
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Hey, essa não é a minha bolinha!!!
....... Mas tudo bem, "vai tu mesmo"!!
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Olha esse cenário. Não é de enlouquecer???

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A região de Mauá oferece dezenas de opções de hospedagem. Dos mais variados tipos, desde a mais simples pousada ou hotel até as opções mais luxuosas, charmosas e românticas. Obviamente, o range de preços também varia bastante conforme o estilo e a categoria. Procurando, com jeitinho, você encontra algumas opções de hospedagens pet friendly. Porém, quando se trata de um grupo de peludos, como é o caso dos nossos eventos, aí a coisa muda de figura. Ou seja, para nós do Portal Turismo 4 Patas, foi muito mais difícil encontrar o que nós procurávamos. Para casais ou apenas uma família em férias com o seu mascote, não há problema algum – especialmente se o peludo for de porte mini ou pequeno.
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Eu, nosso chalé, a minha bolinha....
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....e o rio que passava lá atrás: combinação perfeita!!!
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No dia seguinte, acordamos bem cedinho e fomos visitar algumas pousadas na tentativa de encontrar um “QG” para o nosso evento. Nossa, quanta dificuldade!! Tem várias pousadas que aceitam os peludos, algumas até charmosinhas....mas quando falamos em um grupo de peludos....aí os olhos até se arregalam. O pessoal se assusta e acaba não aceitando.....ouvimos de tudo em forma de justificativa. Desde “ah, receber cachorro é muito complicado” (por quê??); a “os outros hóspedes podem não gostar dos cachorros” (ok, nós também podemos não gostar deles); ou “eles vão latir e fazer barulho” (sim, provavelmente em algum momento, pois não somos mudos); até “Não” (simplesmente e ponto final). Aí dificulta o nosso trabalho, né?
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AUto-retratos....rsss
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Joga, joga...jogou!!

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Bom, mas no final acho que encontramos algumas bem legais. Vamos continuar em contato...e ver no que dará. Ah, a pousada em que ficamos hospedadas, a Repouso Maringá, é maravilhosa. Tem muuuito espaço verde, chalés super aconchegantes, comida deliciosa (segundo a minha dona) e o rio passa bem ali atrás. Mas a proprietária, além de não aceitar a proposta do nosso evento, também disse que eles estão "analisando" se continuarão de portas abertas ou não para os pets em geral. Apesar de eles terem pets circulando livremente por lá....Nós não fomos mal tratadas, nem mal recebidas, muito pelo contrário....mas ficamos sem entender a posição. Paciência, respeitamos e, de qualquer forma, fica aqui o link para quem quiser visitar (sem esquecer de ligar antes nem que seja para saber se eles já se decidiram). O meu papel é, antes de mais, divulgar para vocês as minha experiências...
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Ahhhh, a minha "bolinha-murcha-laranja".....
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Nós, a paisagem e só!!

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E depois de passarmos a manhã inteira visitando pousadas, eu já estava enlouquecida no carro de tanto ver vários trechos do rio e não poder sair para aproveitar - afinal, estávamos em horário de trabalho. No final da manhã, como ninguém é de ferro, retornamos para a nossa pousada e a minha dona me presenteou com um belo banho nas corredeiras....até ela entrou um pouquinho....ela é uma fofa pois, confesso, inclusive para mim a água estava de congelar os ossos. Brincamos um pouquinho com a minha “bolinha-murcha-laranja”, claro, que não podia faltar. Almoçamos e pegamos a estrada de volta para São Paulo. Moídas de cansaço, mas felizes e revigoradas depois de 2 dias nesse paraíso.

Então, fica aqui a dica de Visconde de Mauá para um bom passeio com o seu peludo mas com algumas ressalvas como fazer a reserva da sua hospedagem antes e avisar que estará (muito bem) acompanhado do seu peludo, ok gente?! E, se quiser visitar em grupo, aguarde a nossa surpresa para o mês de Outubro (Rio de Janeiro, estamos chegando!!!).

Chegamos em casa com a sensação de restava ainda muito a explorar...e restava mesmo. Apenas 2 dias é muito pouco....mas não faltarão oportunidades futuras. No entanto, os lugares que visitamos já servem de boas dicas de passeios caso você tenha pouco tempo com o seu peludo na região e queiram curtir sem incomodar e sem ser incomodados...Uma lambidela!!!
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Eu e minha dona: missão cumprida!!
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